Racionalmente, a Religião, pode ser entendida como:
[...] um processo relacional desenvolvido entre o Homem e os poderes por ele considerados sobre humanos, no qual se estabelece uma dependência ou uma relação de dependência [...]. Religião é a expressão de que a consciência humana registra a sua relação com o inefável, demonstrando a sua convicção nos poderes que lhes são transcendentes. Esta transcendência é tão forte, que povoa a cultura humana. (SILVA; ALMEIDA, 2003, p. 01).
Obtendo-se o aporte do que é Religião, segue-se abaixo um pequeno esboço reflexivo de perturbações motivadoras da própria autora e do que muitos gostariam de ponderar, mesmo que internamente.
O Brasil é um país multicultural, talvez, por isso, tantas lideranças religiosas: Catolicismo, Protestantismo, Espiritismo, Budismo, Judaísmo, Religiões Africanas e outras, que defendem os seus princípios ideologicamente. Recentemente, a TV Globo (2009), lançou uma série: “Sagrado”, onde estavam presentes líderes dessas sete principais religiões, discutindo sobre a diversidade, liberdade, violência, famílias, meio ambiente, dentre outras questões pertinentes ao meio social, a partir da perspectiva religiosa. Algo interessante nos episódios foi exibido no último capítulo desta série, onde todos os líderes em favor da irmandade e fraternidade uniram-se perfazendo uma releitura do mundo contemporâneo sob a ótica religiosa. Assista a uma pequena parte do quarto episódio, logo abaixo:
Apesar da referência as várias religiões supracitadas, o que se observa no nosso país e quiçá no mundo é a desigualdade, contudo, por quê? A resposta encontra-se nos diferentes olhares e formas de agir dos indivíduos, por causa do sistema político e econômico e, consequentemente cultural e social. Desde já, se faz mais uma indagação se existe tantas religiões, logo tantas orações, sacrifícios, ritos, cerimônias religiosas..., Qual o significado ou origem de imensa violência, corrupção, miséria, consumo desenfreado, competição/individualismo?
No Município de Serrinha dos Pintos/RN, por exemplo, existem no total seis instituições religiosas, citam-se: A católica; a Batista; a Assembléia de Deus; a Igreja de Cristo; a Igreja do Véu e a Adventista. Destas, muitas desenvolvem várias manifestações para atrair mais e mais fiéis, ou melhor, fiéis depositários. A Igreja Católica, como modelo de descrição para as manifestações realizadas neste município, apresenta todo ano a sua Festa da Padroeira: Nossa Senhora da Salete, no dia 19 de Setembro. Nesta, vários católicos tentam dar sinais da sua religiosidade ou fé. Porém, tem-se algo que desperta inquietude: os eventos/festivais religiosos. Esses eventos são realizados com propósitos de angariar recursos para a Igreja. Acontecimentos estes que mais parecem coisas do profano, tais como, teatros, danças, o dia da princesa, (Foto 01), (Princesa, que no período da Idade Média, representava hierarquização e autoridade), Bongo, (Foto 02), uma espécie de Bingo. Enfim, elementos simbólicos, que para os que possuem senso crítico ativo e profunda leitura bíblica e entendimento das sagradas escrituras, não fazem parte daquilo que Jesus deixou como ensinamento.
FOTO 01: Festa de Nossa Senhora da Salete, Serrinha dos Pintos/RN, 2009
FONTE: José Erimar
FOTO 02: Festa de Nossa Senhora da Salete, Serrinha dos Pintos/RN, 2009
FONTE: José Erimar
Contudo, isto acontece e não desaparecerá instantaneamente, pois segundo Oliveira (2006): “não há festa sagrada sem o dimensionamento permanente do espaço profano [...]. O significado simbólico de profanação está diretamente vinculado à ideia disfarce, ilusão, capacidade de mascarar uma realidade”. (Oliveira 2006, p. 130 e 131). Não se quer aqui, dimensionar ou apontar o certo/errado, mas, sobretudo, levar o leitor a pensar, criticar ou refletir, sobre aspectos desta natureza.
Ainda buscando entender certos fatores, onde se encontram ações para com os pobres, drogados, atividades religiosas em unidades penais? Indago isto, pois segundo ideias propagadas pelas próprias Igrejas todos não somos filhos de Deus e merecemos uma nova oportunidade?
É necessária uma visão extra-igreja, ou seja, que os indivíduos inseridos, sejam na religião católica, protestante ou espírita, por exemplo, saiam da cúpula da sua Igreja e vejam a realidade das pessoas, daquelas que praticam a sua fé ou não. E procurem de acordo com o observado agir em comum unidade para o bem, o amor e a fraternidade de todos. O Município de Serrinha dos Pintos, o Mundo, carece de aprender o que é ser comunidade e agir como tal, basta que as igrejas aprendam a partilhar as suas ideias não entre as pessoas, contudo entre si mesmas. Quer fazer a sua parte? Aprenda e partilhe o ser comunidade no tempo dos Apóstolos:
Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações. Em todos eles havia temor, por causa dos numerosos prodígios e sinais que os apóstolos realizavam. Todos os que abraçaram a fé eram unidos e colocavam em comum todas as coisas”; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um. Diariamente, todos juntos frequentavam o Templo e nas casas partiam o pão, tomando alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor ia acrescentando à comunidade outras pessoas que iam aceitando a salvação. ( ATOS, Cap. 2; vs. 42-47).
Destarte, não há uma Igreja/Igrejas com ideologia certa acima de todas. O que há de verdade é um único Deus é a Fraternidade, o Amor, entre os irmãos, “Com efeito: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. (ROMANOS, Cap. 13; v. 9).
REFERÊNCIAS
BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada online. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição Revista Corrida.
OLIVEIRA, Christian Dennys Monteiro de. A Geografia das festas do interior: mediações culturais entre religiosidade, turismo e educação. In: SILVA, José Borzacchiello da; DANTAS, Esutógio Wanderley Correia; ZANELLA, Maria Elisa; MEIRELES, Antônio Jeovah de Andrade (orgs.). Litoral e sertão: natureza e sociedade no nordeste brasileiro – Fortaleza: Expressão Gráfica, 2006.
SAGRADO. TV Globo; Futura. Rio de Janeiro, 2009.
SILVA, Claúdio Manoel; ALMEIDA, Davi Silva. IPEPE - Artigos Institucionais: A Religião, a Religiosidade e os Sistemas Religiosos, 2003.
[...] um processo relacional desenvolvido entre o Homem e os poderes por ele considerados sobre humanos, no qual se estabelece uma dependência ou uma relação de dependência [...]. Religião é a expressão de que a consciência humana registra a sua relação com o inefável, demonstrando a sua convicção nos poderes que lhes são transcendentes. Esta transcendência é tão forte, que povoa a cultura humana. (SILVA; ALMEIDA, 2003, p. 01).
Obtendo-se o aporte do que é Religião, segue-se abaixo um pequeno esboço reflexivo de perturbações motivadoras da própria autora e do que muitos gostariam de ponderar, mesmo que internamente.
O Brasil é um país multicultural, talvez, por isso, tantas lideranças religiosas: Catolicismo, Protestantismo, Espiritismo, Budismo, Judaísmo, Religiões Africanas e outras, que defendem os seus princípios ideologicamente. Recentemente, a TV Globo (2009), lançou uma série: “Sagrado”, onde estavam presentes líderes dessas sete principais religiões, discutindo sobre a diversidade, liberdade, violência, famílias, meio ambiente, dentre outras questões pertinentes ao meio social, a partir da perspectiva religiosa. Algo interessante nos episódios foi exibido no último capítulo desta série, onde todos os líderes em favor da irmandade e fraternidade uniram-se perfazendo uma releitura do mundo contemporâneo sob a ótica religiosa. Assista a uma pequena parte do quarto episódio, logo abaixo:
Apesar da referência as várias religiões supracitadas, o que se observa no nosso país e quiçá no mundo é a desigualdade, contudo, por quê? A resposta encontra-se nos diferentes olhares e formas de agir dos indivíduos, por causa do sistema político e econômico e, consequentemente cultural e social. Desde já, se faz mais uma indagação se existe tantas religiões, logo tantas orações, sacrifícios, ritos, cerimônias religiosas..., Qual o significado ou origem de imensa violência, corrupção, miséria, consumo desenfreado, competição/individualismo?
No Município de Serrinha dos Pintos/RN, por exemplo, existem no total seis instituições religiosas, citam-se: A católica; a Batista; a Assembléia de Deus; a Igreja de Cristo; a Igreja do Véu e a Adventista. Destas, muitas desenvolvem várias manifestações para atrair mais e mais fiéis, ou melhor, fiéis depositários. A Igreja Católica, como modelo de descrição para as manifestações realizadas neste município, apresenta todo ano a sua Festa da Padroeira: Nossa Senhora da Salete, no dia 19 de Setembro. Nesta, vários católicos tentam dar sinais da sua religiosidade ou fé. Porém, tem-se algo que desperta inquietude: os eventos/festivais religiosos. Esses eventos são realizados com propósitos de angariar recursos para a Igreja. Acontecimentos estes que mais parecem coisas do profano, tais como, teatros, danças, o dia da princesa, (Foto 01), (Princesa, que no período da Idade Média, representava hierarquização e autoridade), Bongo, (Foto 02), uma espécie de Bingo. Enfim, elementos simbólicos, que para os que possuem senso crítico ativo e profunda leitura bíblica e entendimento das sagradas escrituras, não fazem parte daquilo que Jesus deixou como ensinamento.
FOTO 01: Festa de Nossa Senhora da Salete, Serrinha dos Pintos/RN, 2009
FONTE: José Erimar
FOTO 02: Festa de Nossa Senhora da Salete, Serrinha dos Pintos/RN, 2009
FONTE: José Erimar
Contudo, isto acontece e não desaparecerá instantaneamente, pois segundo Oliveira (2006): “não há festa sagrada sem o dimensionamento permanente do espaço profano [...]. O significado simbólico de profanação está diretamente vinculado à ideia disfarce, ilusão, capacidade de mascarar uma realidade”. (Oliveira 2006, p. 130 e 131). Não se quer aqui, dimensionar ou apontar o certo/errado, mas, sobretudo, levar o leitor a pensar, criticar ou refletir, sobre aspectos desta natureza.
Ainda buscando entender certos fatores, onde se encontram ações para com os pobres, drogados, atividades religiosas em unidades penais? Indago isto, pois segundo ideias propagadas pelas próprias Igrejas todos não somos filhos de Deus e merecemos uma nova oportunidade?
É necessária uma visão extra-igreja, ou seja, que os indivíduos inseridos, sejam na religião católica, protestante ou espírita, por exemplo, saiam da cúpula da sua Igreja e vejam a realidade das pessoas, daquelas que praticam a sua fé ou não. E procurem de acordo com o observado agir em comum unidade para o bem, o amor e a fraternidade de todos. O Município de Serrinha dos Pintos, o Mundo, carece de aprender o que é ser comunidade e agir como tal, basta que as igrejas aprendam a partilhar as suas ideias não entre as pessoas, contudo entre si mesmas. Quer fazer a sua parte? Aprenda e partilhe o ser comunidade no tempo dos Apóstolos:
Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações. Em todos eles havia temor, por causa dos numerosos prodígios e sinais que os apóstolos realizavam. Todos os que abraçaram a fé eram unidos e colocavam em comum todas as coisas”; vendiam suas propriedades e seus bens e repartiam o dinheiro entre todos, conforme a necessidade de cada um. Diariamente, todos juntos frequentavam o Templo e nas casas partiam o pão, tomando alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e eram estimados por todo o povo. E a cada dia o Senhor ia acrescentando à comunidade outras pessoas que iam aceitando a salvação. ( ATOS, Cap. 2; vs. 42-47).
Destarte, não há uma Igreja/Igrejas com ideologia certa acima de todas. O que há de verdade é um único Deus é a Fraternidade, o Amor, entre os irmãos, “Com efeito: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. (ROMANOS, Cap. 13; v. 9).
REFERÊNCIAS
BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada online. Tradução de João Ferreira de Almeida. Edição Revista Corrida.
OLIVEIRA, Christian Dennys Monteiro de. A Geografia das festas do interior: mediações culturais entre religiosidade, turismo e educação. In: SILVA, José Borzacchiello da; DANTAS, Esutógio Wanderley Correia; ZANELLA, Maria Elisa; MEIRELES, Antônio Jeovah de Andrade (orgs.). Litoral e sertão: natureza e sociedade no nordeste brasileiro – Fortaleza: Expressão Gráfica, 2006.
SAGRADO. TV Globo; Futura. Rio de Janeiro, 2009.
SILVA, Claúdio Manoel; ALMEIDA, Davi Silva. IPEPE - Artigos Institucionais: A Religião, a Religiosidade e os Sistemas Religiosos, 2003.
Fotos da Missa em Ação de Graças
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