Livros


OLÁ

Mais uma vez estamos aqui para falar sobre livros. De essa vez resolvemos apresentar-lhes apenas um livro: “Morte e Vida Severina: auto de Natal Pernambucano – 1954 / 1955, de João Cabral de Melo Neto”.

Considero esse livro um dos que melhor retrata a vida dos nordestinos. Quem não conhece alguma pessoa de nossa cidade que partiu para São Paulo em busca de uma vida melhor, de um trabalho para sustentar a família.

Alguns por não terem trabalho (muitas vezes em virtude das secas), acabam indo em busca de novos horizontes que lhe possibilite uma melhor qualidade de vida. Infelizmente alguns não encontram o que procuram e acabam percebendo que há dificuldades em qualquer lugar e que devemos driblá-las.

Pois é, o livro (INDICADO PARA O VESTIBULAR DA UERN 2010) acima citado fala sobre isso. Abaixo segue a análise e algumas informações sobre esse belo poema, só para vocês terem uma idéia, mas o bom mesmo é que vocês leiam o LIVRO.

Ao deparar com o texto, o leitor/ouvinte combina simplicidade e concentração com imagens visuais e auditivas; é uma linguagem concisa, fluida e permeada de expressões e musicalidade popular.

O poema estrutura-se na forma de auto, peça de origem medieval e popular, e possui uma sonoridade em conseqüência da predominância de versos em redondilha maior (verso de 7 sílabas poéticas), com rimas e repetições de palavras e de versos inteiros. A influência da poesia ibérica medieval aparece nos versos breves ao descrever as casas nordestinas. Bem como a presença do mundo religioso.

A obra possui 18 trechos, ao longo dos quais Severino, o retirante, primeiro apresenta-se ao leitor para em seguida ir relatando sua viagem com o auxílio de outras vozes. Para melhor compreensão, o texto é dividido em duas partes, a primeira corresponde aos trechos de 1 à 9, que consiste na viagem da Paraíba à Pernambuco, mais especificamente até Recife; e a segunda do trecho 10 ao 18, onde é apresentada as experiências vividas pelos retirantes.

Assim como o poema, o título também é dividido em duas partes. Na primeira parte, morte e vida severina, o autor utiliza-se da palavra severina, que pode ter dois significados: Severina, nome próprio, e severina, adjetivo que provém do latim “severa”, que quer dizer sofrida, mal, ruim, rude; assim, tanto a vida como a morte são sofridas. O leitor pode perceber aqui a significação simbólica que há no jogo de palavras escolhidas pelo autor.

Na segunda parte do título temos: auto de natal pernambucano, que simboliza a esperança de uma vida nova (natal – nascimento de Jesus Cristo), onde esse novo ser, assim como o povo nordestino, poderá receber ajuda para se livrar de tanto sofrimento. É possível que o leitor identifique, com essas constatações, um traço de positividade implícita nessa composição, o que parece amenizar a aspereza da primeira parte do título.

O enredo vem mostrando Severino, um homem da zona árida do Nordeste, que sai em busca de uma vida melhor ao longo do litoral pernambucano. Em cada parada do caminho, enfrenta a morte, até chegar à última pousada, onde toma conhecimento do nascimento de um menino, prova de que não se pode resistir à negação da existência.

É possível ainda observar no poema analisado que a dureza das expressões corresponde formalmente às dificuldades e desalentos da história do retirante Severino.

Por fim, termino fazendo um convite para aqueles que se interessar em conhecer melhor essa grande obra da literatura brasileira. Estarei dando uma aula (05/12 – E. M. Leis Gomes – 13:00 hs.)sobre esse livro: nela conheceremos melhor o autor da obra (João Cabral de Melo Neto), mostrarei a análise de cada estrofe do poema, e por fim, assistiremos o filme. Estejam CONVIDADOS. Finalizando, só para vocês terem uma idéia, assistam um trecho do filme, onde os personagens (interpretados por José Dumont e Elba Ramalho) falam/cantam sobre os empregos do nordeste.



Um abraço e até a próxima.
BOA LEITURA

Susiclei de Sabino
Universitária

2 comentários:

Q LEGAL SUZI...O BLOG ESTÁ LINDO, E VC PARTICIPANDO, MELHOR AINDA.
TE ADORO...


SIMONE GOMES

Entrei no blog por indicação de um amigo(Tony-Há Flores que Murcham),parabéns a todos! Ler é alimento pr'alma, e vc Suzicleide!, consegue passar o gosto gostoso da literatura,"via indicações", deixando no ar o sabor do quero mais...

Felicidades,

Tadeu Pereira.

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